sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Fragmentos

Transformarei o teu corpo
na janela amarela e triste do meu quarto.

O brilho entreaberto das estrelas
ilumina o livro dos versos entristecidos
e o ciúme é um gume guardado 
no meu coração.

Que estes doces versos
te acompanhem
e a solidão matinal  
se cumpra solenemente.   




segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Noite

De noite vem o desejo iluminado,
a doce canção ondulada,
o livro coberto de pó,
as nuvens vermelhas do amor....

De noite tudo se atormenta na duplicidade,
todas as bocas estão unidas,
caladas,
por vezes vorazes,
todas as mãos envolvem os seios,
todas as estrelas são crianças a sorrir.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Indeterminação.

Talvez a memória seja generosa
e o teu rosto se torne leve,
indefinido como as ondas,
leves crinas azuladas...

Talvez o velho provérbio
sobre o amor ou sobre a verdade
se renove em palavras que não concebo
e a dor se converta em pequenas lágrimas...